Foto @EstanteDaRai |
“No cinema, tudo é possível. O improvável depende apenas das decisões
tomadas pelos roteiristas. Pedro sabia que a vida real era bem diferente. Ele teria
uma única chance para realizar seu sonho: produzir o filme perfeito durante uma
viagem alucinada com seus melhores amigos e com uma menina por quem estava
apaixonado. Sem roteiro, ele sequer sabia o que queria descobrir na estrada. O mistério
em torno do seu amuleto – o olho turco – podia ser pura fantasia.” –
GOMYDE, Maurício. 2015.
Esse é o texto da contracapa de
Surpreendente!, obra do brasileiro Maurício Gomyde, publicada em 2015 pela
editora Intrínseca, e foi a responsável por me instigar a conhecer a história de
Pedro Diniz, um jovem cineasta que sonhava em escrever e filmar um roteiro
incrível, que surpreendesse o público e conquistasse o maior prêmio do cinema
brasileiro, o Cacau de Ouro, mas não tinha ideia de como fazer isso acontecer.
O Pedro é um cara incrível,
daqueles de quem você adoraria ser amigo, ele é um sonhador, mesmo convivendo
com uma doença degenerativa que o condenaria à cegueira diagnosticada na
adolescenência (o que não acontece, pois, inexplicavelmente sua perda da visão
estaciona), ele segue em frente na realização dos seus sonhos e em fazer a
parte dele na salvação da humanidade da “derrota
como espécie”. Não, o Pedro não é nenhum super-herói, ele comanda o último
cineclube da cidade, atuando como curador e mediador dos debates sobre cinema
no final das sessões (as quais são sobre cinema de arte, obras de grandes
diretores que estão fora do circuito de blockbusters campeões de bilheteria),
além de trabalhar numa locadora em um bairro periférico da cidade, tentando
melhorar a vida das pessoas indicando bons filmes; ele tem a “teoria de que o cinema, a música boa e a literatura
são instrumentos da Santíssima Trindade para salvar o ser humano da derrota
como espécie. (…) O Pai é a música. O Filho, a literatura. E o Espírito Santo
tem uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.”, (e quer saber de uma coisa? Eu
acho que ele tá certo! Rsrs)
Depois de uma série de
acontecimentos inesperados nosso protagonista se vê numa daquelas situações de
crise que ao mesmo tempo que te colocam no fundo do posso, te dão o impulso que
você pracisava iniciar um grande projeto ou uma mudança de vida, e foi isso que
o Pedro fez, juntou seus amigos (Fit, Mayla e Cristal) e partiu rumo a Pirenópolis,
Goiás, a bordo do “Diabo Loiro” (o Opala 1992 emprestado do tio de Fit), para
fazer seu filme e procurar algumas respostas.
O enredo foi escrito de maneira
muito inteligente, dividido em cinco partes e em cada uma delas fui levada a
questionar, junto ao próprio Pedro, muitas das opiniões que havia tido nos
capítulos anteriores, o que me ajudou a criar uma grande empatia pelo
protagonista, pensando em vários momentos “e se fosse eu?”.
Frase que dá início a parte I da história. Foto e edição, @EstantedaRai. |
Para somar ao enredo
surpreendente (não podia deixar passar o trocadilho rsrs), o livro é cheio de
referências ao universo do cinema, da música e da literatura que criam um
diálogo interessante com o leitor (terminei a leitura com uma listinha de
filmes, livros e músicas para ver e rever. Então, se você é um fã de cinema, recomendo
essa leitura com ainda mais força do que às outras pessoas! :D).
Não quero falar demais para não correr o risco de dar nenhum spoiler, porque o livro foi arrumado de um jeito que a cada capítulo vamos absorvendo as mudanças na evolução da história e dos personagens, construindo e desconstruindo conceitos e impressões, para ao final compartilharmos do sentimento que as páginas expressam.
Não quero falar demais para não correr o risco de dar nenhum spoiler, porque o livro foi arrumado de um jeito que a cada capítulo vamos absorvendo as mudanças na evolução da história e dos personagens, construindo e desconstruindo conceitos e impressões, para ao final compartilharmos do sentimento que as páginas expressam.
Concluí a leitura com o livro cheio
de etiquetas marcando trechos favoritos e como uma fã do Cinema Felicidade que
tanto o Pedro falava, aquele cinema que nos faz acreditar em coisas quase
impossíveis de serem provadas.
Espero que tenham gostado da
dica. Caso já tenha lido, deixa um comentário compartilhando o que achou. ;)
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