2 coelhos (2012)

O post de hoje é dedicado a um filme nacional. Sim, o cinema nacional tem filmes muito bons também.

Foto: Reprodução

Assisti esse filme recentemente e quis indicar enquanto ainda está fresco na minha memória. Primeiro, porque o filme é muito bom, segundo, para provar as pessoas que não gostam do cinema nacional que eles estão errados em pensar assim (infelizmente eu já fui uma dessas pessoas). É fato que nosso cinema gasta muito esforço e dinheiro em filmes desnecessários (idiotas pra ser mais precisa), mas quando querem fazer algo bom, mostram que nem tudo está perdido. O problema todo é porque brasileiro tem essa mania terrível de valorizar mais o que vem de outros países, mas enfim, essa é uma outra discussão, vamos ao filme.

Após se envolver em um grave acidente automobilístico, no qual uma mulher e seu filho são mortos, Edgar (Fernando Alves Pinto) é indiciado, mas consegue escapar da prisão graças à influência de um deputado estadual. Logo em seguida ele parte para uma temporada em Miami. Dois anos depois, Edgar retorna para São Paulo com um elaborado plano em que pretende atingir tanto o deputado Jader (Roberto Marchese) que o ajudou, símbolo da corrupção política, quanto Maicon (Marat Descartes), um criminoso que consegue escapar da justiça graças ao suborno de políticos influentes. Instigado, Edgar resolve colocar seu plano em prática e se aventura em busca de redenção ao colocar criminosos e corruptos em rota de colisão.

Foto: Reprodução

Escrito e dirigido por Afonso Poyart, foi seu longa de estreia. É estrelado por Fernando Alves Pinto, Alessandra Negrini, Caco Ciocler, Marat Descartes, Roberto Marchese, Thaíde, Thogun, Neco Vila Lobos, Robson Nunes, Norival Rizzo, Aldine Müller e Yoram Blaschkauer.

Sim o filme fala de corrupção e criminalidade, mas aqui eles meio que ficam de pano de fundo. Ele trás coisas que não estamos acostumados a ver nos filmes brasileiros, como explosões, animações e efeitos visuais mais elaborados, e também faz referências a cultura pop. O roteiro segue uma narrativa não-linear, o que pode ser um pouco confuso no inicio, mas no final tudo se encaixa.

Foto: Reprodução

Afonso Poyart escreveu o roteiro em oito meses. Ele contou que "queria adaptar corrupção e criminalidade no início, mas acabou virando mais que isso. É um cara comum meio justiceiro, que vive coisas que vivemos no dia-a-dia". A intenção de Poyart foi de atingir o público que vai muito ao cinema, mas vê pouco filmes nacionais. “Não é só comédia que dá certo no Brasil. Os filmes têm de falar com o público. O cinema que me interessa é o que fala com a audiência”, explicou. 

Bem interessante, não? Creio que isso seja mais do que suficiente para aguçar sua curiosidade e dar uma chance ao nosso cinema. Como eu disse, eu não costumava gostar (tendemos a não gostar daquilo que não conhecemos), eu também tinha um certo preconceito, mas quando resolvi abrir meus horizontes e assistir filmes de todos os lugares do mundo e vendo mais filmes nacionais, eu vi que nós temos um grande potencial, mal aproveitado por vezes.

Mas pensem comigo, a maioria dos cineastas, produtoras, distribuidoras... visam o lucro, certo? Eles vão fazer aquilo que é mais fácil e dá mais dinheiro, então muitas vezes eles preferem fazer aquelas comédias batidas, porque brasileiro adora rir, e é o que rende pra eles. A culpa também é nossa, que ao invés de exigir filmes com uma melhor qualidade preferimos ignorá-los e ver filmes estrangeiros. O que eu quero dizer é, não podemos falar mal daquilo que não conhecemos direito e devemos ver de um tudo.

Eu lembro de ter visto o trailer no cinema na época do lançamento, não esqueci porque fiquei surpresa que estava tocando "Kings and Queens" da banda 30 Seconds to Mars (que eu amo) num filme brasileiro. Agora me arrependo de não ter visto no cinema :\ mas como dizem " Antes tarde do que nunca".

Espero que gostem da indicação. Deixem seu comentário a respeito do post e/ou do filme. Muitas outras indicações nacionais estão por vir ;) Um ótimo domingo a todos!