Eu sou aquele tipo de pessoa que
sempre tem um livro na bolsa/mochila e nas últimas semanas meu companheiro de
rua foi Griphos Meus, obra do escritor e roteirista baiano Felipe Ferreira. E é desse livro que estou falando hoje.
![]() |
Foto: Estante da Rai |
Aí você me pergunta, mas Raíssa,
você demorou semanas com esse livro na bolsa? Por quê? Eu respondo, já já você
entederá o motivo.
No primeiro capítulo, um dos meus
favoritos, diga-se de passagem, somos apresentados aos [griphos
kynematográficos], crônicas cheias de ousadia sobre as mais diversas obras do
cinema, curtas e longas-metragens, nacionais e estrangeiros, não se limitando
apenas a hollywood (para minha alegria!). Nele o cinema de arte ganha ares de
vida comum através das metáforas e dos paralelos criados pelo autor com suas
experiências pessoais, terminei a leitura querendo rever alguns filmes que já
assisti sob esse novo olhar (Praia do Futuro foi um deles, a crônica do filme
ficou incrível!) e também adicionando mais alguns filmes a minha listinha
(como, por exemplo o argentino Medianeras). Mas meu favorito foi o texto de
abertuda do livro, “Eu me chamo… Ostra”, no qual o autor nos propõe uma releitura
do clássico de Rubem Alves “Ostra Feliz Não Faz Pérola” como “um belo roteiro
cinematográfico”.
Daí, seguimos para os griphos
literário(s), cujo texto de abertura captou minha atenção já pelo título, “Estupro
literário em tempos de escola”, abordando de maneira incisiva a maneira como a
literatura é apresentada a todos nós, como uma mera obrigação curricular e sem
a preocupação de cultivar a leitura no decorrer da vida escolar, respeitando a
vontade do aluno. Fala-se em prosa e poesia, de clássicos a contemporâneos,
tudo isso com um toque de frescor.
E chegamos aos >>griPHos Musicais<<,
o que o autor chama de uma “catarse mimeografada”, é um passeio pela música,
dos clássicos aos contemporâneos, falando não somente da música com manifestação
artistica e cultural de uma sociedade, mas também a maneira como esta vê e se
afeta pela música.
Nossa viagem cultural se prepara para o final com os ((griphos políticos)), análises e críticas incisivas à política e sobretudo à politicagem que se pratica em nosso país, ainda mais em ano eleitoral é uma abordagem interessante e necessária. Aterrizamos nos !griphos crônicos!, afiadas crônicas sobre a vida cotidiana, e na seção "+18" com seus textos intensos e transbordantes de ousadia.
Griphos Meus é uma daquelas pequenas grandes obras, pequena por suas 183 páginas e grande pelos textos que essas páginas contêm. Nesse livro temos crônicas e poesias que nos levam a um passeio pelo cinema, literatura, música e política através de textos ousados e inteligentes, numa escrita forte que nos estimula a refletir não apenas sobre o texto em si ou sua temática, mas pelas metáforas e interpretações que o autor coloca nas páginas, em jorros de sinceridade. Por isso passei semanas com ele na bolsa, porque esse é um livro para ser degustado como uma boa bebida e digerido lentamente.
Até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante!
Seu comentário será visualizado por todos.