A Marvel Studios foi pioneira de um universo com base em um dos principais “crossovers cinematográficos”, ou seja, a junção e interação de personagens de outros filmes que se tornam coesos narrativamente em outro. Portanto, é o que continua respirando em seu mais novo filme - Vingadores: Ultimato, a tão esperada conclusão de uma série épica que abrange mais de uma década e gerou bilhões de dólares para o estúdio.
Os céticos ficarão confusos? Talvez seja a mais confusa, porque realmente está acontecendo (demais) e é preciso conhecer os filmes anteriores do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Especialmente, desde que algumas cenas às vezes limitam a inconsistência, mas não lhe direi quais pontos revelam boa parte da trama.
Vingadores: Ultimato é muito superior ao seu antecessor - Vingadores: Guerra-Infinita (2018) - e reduz a pó o fraquíssimo Vingadores: Era de Ultron (2015). E dessa vez se torna grandioso em proporções para um blockbuster de três horas – o mais longo filme de super-heróis da história. O longa-metragem usa essa longa duração a seu favor. Da magnífica introdução, que alimenta um sentimento de vazio e luto, e a perda aflige os heróis que fracassaram de tal modo sendo explorado por meio da sua psicologia – destaca-se um desonrado Steven Rogers/Capitão América (Chris Evans), uma deprimida Natasha Romanova/Viúva Negra (Scarlett Johansson) e um desconsolado Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), através do sentimento de suas almas encaminhadas naquele tempo. É o ideal para finalmente irmos fundo depois.
Isso, obviamente, não é motivo para ‘emburrecer’ o humor. Na verdade, as piadas reinam, talvez o episódio mais engraçado desde Thor: Ragnarok (2017). Os diretores Anthony Russo e Joe Russo – ou Irmãos Russo - se divertem. Eles conhecem os personagens a fundo, fizeram a lição de casa assistindo a todos os filmes antecedentes, e isso funciona muito bem, na leveza e na distração do público. Cada herói tem seu espaço e sem passar por cima do outro – ponto positivo -, mas eu destaco aqui os que se tornam fundamentais para o alivio cômico: o ingênuo Scott Lang/Homem-Formiga (um hilariante e espetacular Paul Rudd), o desconcertante Bruce Bane/Hulk (agora mais sexy, Mark Ruffalo) e o camaleônico e birrento Thor (Chris Hemsworth).
Embora seja bastante difícil falar sobre a história sem revelar muito, as jóias do infinito desempenham novamente um grande papel, assim como o conceito espaço-temporal a moda De Volta Para o Futuro (1985) – inclusive há um excesso de citações sobre isso. Eu posso aqui divagar coisas negativas que visualizei durante a projeção do longa, inclusive posso afirmar sobre uma Capitã Marvel (Brie Larson) que seria uma carta-trunfo da ação, mas não é aproveitada devidamente, ou é? Façam suas apostas.
Se há um elemento que a Marvel Studios nunca falhou são os famosos “fan services” ou serviço para fãs. Sempre demonstrando um certo talento quando se trata de integrar referências dos quadrinhos. O clímax final é recheado disso – se preparem – uma roda gigante desenfreada de um excessivo ato épico (é uma pena que não sobrará mais pipoca para isso). Por fim, a Marvel Studios quebra de vez as falsas expectativas de seus fãs devotos por teorias e quebra-cabeças. Mas sem dúvidas é verdadeiramente um entretenimento lucrável que nem está próximo de dissipar-se feito partículas.
Imagem: Divulgação - Walt Disney/Marvel Studios
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