Dia Nacional do Escritor - Meus favoritos na literatura brasileira

Hoje, 25 de Julho, é comemorado o Dia Nacional do Escritor! A data foi instituída em 1960 por João Peregrino Júnior, presidente da União Brasileira dos Escritores, e seu vice-presidente, Jorge Amado, após a realização do primeiro Festival do Escritor Brasileiro.

Imagem: Estante da Rai


Acho que assim como todo mundo, meu primeiro contato com a Literatura Brasileira e os autores nacionais aconteceu no colégio. A leitura imposta é uma coisa que deixou, e ainda deixa, muita gente traumatizada, criando um bloqueio entre os estudantes e o hábito da leitura, confesso que comigo também foi assim, algumas obras e escritores não deixaram saudades. Mas, para minha felicidade, nem todos foram assim e a coluna de hoje trata justamente disso, alguns dos meus livros favoritos de escritores brasileiros.

1.Graciliano Ramos e Vidas Secas
  
SINOPSE: Vidas secas, lançado originalmente em 1938, é o romance em que mestre Graciliano — tão meticuloso que chegava a comparecer à gráfica no momento em que o livro entrava no prelo, para checar se a revisão não haveria interferido em seu texto — alcança o máximo da expressão que vinha buscando em sua prosa. O que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro.
Apesar desse sentimento de transbordante solidariedade e compaixão com que a narrativa acompanha a miúda saga do vaqueiro Fabiano e sua gente, o autor contou: “Procurei auscultar a alma do ser rude e quase primitivo que mora na zona mais recuada do sertão... os meus personagens são quase selvagens... pesquisa que os escritores regionalistas não fazem e nem mesmo podem fazer ...porque comumente não são familiares com o ambiente que descrevem...Fiz o livrinho sem paisagens, sem diálogos. E sem amor. A minha gente, quase muda, vive numa casa velha de fazenda. As pessoas adultas, preocupadas com o estômago, não tem tempo de abraçar-se. Até a cachorra [Baleia] é uma criatura decente, porque na vizinhança não existem galãs caninos”.

Esse livro falou comigo de uma maneira muito profunda pois, como nordestina, nascida e criada no sertão da Bahia, vi e ouvi muitas histórias de Fabianos, Baleias e Soldados Amarelos. Já li duas vezes e pretendo ler outras tantas, esse livro fantástico que trata da vida crua, com boas doses de lirismo.

2. Senhora – José de Alencar


Sinopse: Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira e órfã de pai, apaixonou-se por Fernando Seixas – homem ambicioso - a quem namorou. Este, porém, desfez a relação, movido pela vontade de se casar com uma moça rica, Adelaide Amaral, e pelo dote ao qual teria direito de receber.
Passado algum tempo, Aurélia, já órfã de mãe também, recebe uma grande herança do avô e ascende socialmente.Passa, pois, a ser figura de destaque nos eventos da sociedade da época.
Dividida entre o amor e o orgulho ferido, ela encarrega seu tutor e tio, Lemos, de negociar seu casamento com Fernando por um dote de cem contos de réis. O acordo realizado inclui, como uma de suas cláusulas, o desconhecimento da identidade da noiva por parte do contratado até as vésperas do casamento. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando se sente um felizardo, pois, na verdade, nunca deixara de amá-la. E abre seu coração para ela.
A jovem, porém, na noite de núpcias, deixa claro: "comprou-o" para representar o papel de marido que uma mulher na sua posição social deve ter. Dormiram em quartos separados. Aurélia não só não pretende entregar-se a ele, como aproveita as oportunidades que o cotidiano lhe oferece para criticá-lo com ironia. Durante meses, uma relação conjugal marcada pelas ofensas e o sarcasmo se desenvolve entre os dois.

Senhora foi meu primeiro contato com o romantismo, enquanto movimento e gênero literário. Esse é um livro fantástico, pois apesar de escrito no século XIX trás uma protagonista forte, nem um pouco submissa, que passa por cima da sociedade e decide tomar as rédeas da própria vida. Para além disso, me apaixonei pela linguagem poética e pela narrativa descritiva do autor, li como se tivesse vendo um filme na minha mente.

3. O Mulato – Aluisio de Azevedo



Essa obra se passa em São Luís – Maranhão, no fim do século XIX e narra o amor proibido entre Ana Rosa, uma jovem branca, e Raimundo, seu primo mulato. Pesa sobre eles o preconceito de uma sociedade hipócrita, o livro aborda o proconceito racial com críticas incisivas balanceadas com uma veia satírica. Além da forte mensagem abolicionista que a obra trás.
O enredo não fala daquele amor perfeito, que sempre tem um final feliz ou em que os vilões pagam pelo que fizeram - mas a realidade nua e crua, tal como ela é, agrade o leitor ou não. Muitos não gostam dele, já eu gostei justamente por isso, por sua linguagem direta, próxima dos nossos fatos cotidianos. 



Quis fazer uma listinha com esses clássicos, porque como eu disse lá no começo, eles são muitas vezes desvalorizados pelas circunstâncias nas quais nos são apresentados e por causa disso, deixamos de ler obras incríveis, daqueles livros que tem o poder de nos trazer inquietude, questionamentos e, muitas vezes, mudam nossa maneira de ver o mundo, além de proporcionar ótimos momentos com uma boa leitura!

Aos escritores, parabéns pelo seu dia! Muito obrigada por trazer magia, criatividade e encantamento aos nossos dias comuns!

Até a próxima!
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