O G12 sul coreano

Recentemente chegou ao catalogo da Netflix um dos MELHORES programas da TV sul coreana: ABNORMAL SUMMIT!

Também conhecido como Non-Summit, o programa em formato de talkshow, tem como ideia base os encontros da ONU, representantes de diferentes países discutem questões relevantes para a sociedade, no caso do programa os temas envolvem, geralmente, a sociedade e cultura coreana. Os debates são liderados pelo trio JUN YOO SUNG: Jun Hyun-moo, Yoo Se-yoon, e Sung Si-kyung, os tópicos são discutidos entre 12 representantes de diferentes nacionalidades, apresentando um olhar estrangeiro sobre questões reais como: a introdução da educação sexual nas escolas, até onde se deve ir na busca por emprego,  relação entre homens e mulheres.

No ar desde 2014 (JTBC) Non Summit conta com o G12 (algumas vezes G11) composto por integrantes vindos de Gana, França, Bélgica, Japão, Austrália, Nepal, Brasil, Rússia, etc, algumas trocas ocorreram durante as temporadas motivados pela saída de alguns integrantes, representantes e países foram trocados. Atores, estudantes, embaixadores, cantores, modelos, empresários, tatuadores, os representantes possuem diferentes carreiras, todos estrangeiros que moram na Coreia e são fluentes no idioma. A interação entre eles e os apresentadores é muito boa, em muitos episódios podemos perceber piadas internas e histórias de quando saíram para beber, comer churrasco e ir ao karaokê juntos (atividades frequentes entre grupos de amigos na Coréia).

Os temas discutidos são enviados pelo público ou levados pelos convidados, grandes artistas já passaram pelo programa como a comediante Lee Guk-joo, integrantes de grupos de Kpop (Super Junior, Sistar, SHINee), o ator Simon Pegg. Apesar das questões serem enviadas por coreanos, o “Conselho Anormal” discute a cultura e comportamento de diferentes países, diferentes olhares e opiniões são lançados para os problemas, cada um dos integrantes tem a oportunidade de apresentar seus países de origem. Algumas discussões ficam realmente sérias, pois os integrantes gostam de defender seus países e discutem quem é mais desenvolvido, ou quem está mais certo. No primeiro episódio do representante do Egito, Sammy, varias dúvidas foram levantadas sobre as invenções e descobertas de cada país, uma séria discussão sobre a origem do papel foi estabelecida por Sammy e o repórter chinês Zhang Yuan.

O representante do Brasil foi incluído em 2015. Nascido no Rio Janeiro, Carlos Gorito é Bacharel em Relações Internacionais pela UF do Rio Grande do Sul, como bolsista fez intercâmbio nas universidades do Tennesse (EUA), de Rosario (AR) e de Seul (KR).   

A recepção de público e crítica foi muito boa e em 2015 a JTBC desenvolveu o spin-off Where Is My Friend’s Home (na Netflix está como The Homecoming), o programa apresenta alguns dos participantes indo visitar os países de origem dos companheiros do Abnormal, além disso os direitos do formato foram vendidos para outros países.

Abnormal Summit tem um forte impacto na sociedade local, os integrantes, mesmo que apenas convidados, conseguem um reconhecimento enorme pelo show e muitas portas se abrem. Na Coreia do Sul existe uma campanha afirmando que tatuagens só devem ser realizadas em locais legalizados e por médicos certificados, um dos participantes australianos, Daniel Snoeks, possui diversas tatuagens e foi uma importante influência para o movimentos dos tatuadores locais, ele disse que antes as pessoas se afastavam e criticavam os desenhos em sua pele, mas depois de aparecer no show ele é abordado por fãs e pessoas pedindo fotos com ele e elogios por sua aparência.

A mídia elogia as discussões do programa e o “olhar estrangeiro” que os integrantes trazem. Após esse sucesso, outros programas aumentaram a presença de não coreanos para o elenco ou como convidados, isso ajuda a diminuir a imagem estereotipada do mundo sobre os coreanos e também dos coreanos sobre outros países.