Esquadrão Suicida foi uma das
grandes esperas do ano, durante meses ouvimos falar do estranho comportamento
de Jared, que aparentemente havia incorporado o Coringa 24/7, matérias e
entrevistas enaltecendo a forte ligação que o elenco estabeleceu na frente e atrás
das câmeras. A trilha sonora, teasers, trailers oficiais, painel de divulgação
e interação em grandes festivais, cartazes, fotos, tudo era feito para
alimentar a sede do público pelo filme.
Estamos em uma época onde os
filmes de super heróis estão muito populares, mas então chega o projeto de
levar o Esquadrão Suicida para o cinema. Super vilões salvando o mundo pode
parecer algo muito estranho, e é claro todos ficaram curiosos para saber no que
ia dar. Eis que o dia chega e o filme finalmente é lançado, fãs empolgados
correram para os cinemas, alguns vestidos a caráter, inspirados em seus
personagens favoritos, tudo com muita expectativa e então logo que o filme
acaba e as salas estão finalmente vazias, o que vemos é um mar de opiniões
divergentes.
Bom, mas vamos ao filme: Amanda
Waller, é uma congressista muito influente na Casa Branca e para a proteção
nacional ela decide desenvolver o projeto Força Tarefa X, apelidado
carinhosamente de Esquadrão Suicida. Para isso ela conta com a ajuda do soldado
Rick Flag e reúnem um grupo de criminosos especiais, prometendo uma redução de
10 anos na pena para um missão bem sucedida. Uma das prioridades para Amanda é
ter uma forma de proteger a humanidade caso os famosos heróis, principalmente o
Super Homem, se voltem contra o governo e o mundo.
Deadshot, mercenário, atirador com
uma mira quase sempre perfeita. Capitão Bumerangue, agressivo apesar de ser um
covarde com bom senso, o paquerador do grupo, argumentos politicamente
incorretos na maioria das vezes, possui um arsenal de bumerangues modificados
muito úteis. Crocodilo, síndrome de réptil, regeneração, força sobre humana,
bom nadador. El Diablo, gera e manipula fogo, agressivo, perde o controle
fácil. Amarra, bom em escaladas, equipamento especial e cordas quase
indestrutíveis. Arlequina, distúrbio mental de alto nível, amor incontrolável
pelo Coringa, comentários mordazes, violenta, flexível, e bastante meiga quando
lhe favorece. Magia, a única que não está detida, uma entidade não humana super
poderosa que incorpora em June Moone. Katana, a não criminosa, passado
dramático e vingativo, portadora de uma espada capturadora de almas.
Essa é a equipe, a missão é basicamente salvar o mundo, de novo.
*mini alerta de spoiler*
Eu sou uma fã antiga do Universo
DC, cresci assistindo os desenhos e lendo os quadrinhos, outra informação útil
é que entre heróis e vilões, eu geralmente prefiro ver os caras malvados. Dito
isso eu preciso confessar: eu fiquei muito feliz com o filme, em todos os
momentos, realmente não consigo levar em consideração muitas das criticas
negativas que li após assistir Esquadrão Suicida.
“É um filme POP”, o que isso quer
dizer? Que é um filme colorido? Sim, ele tem algumas cores, mas isso era bem
claro com o material de divulgação, os cartazes são cheios de cores fortes.
Quer dizer que é um filme não muito sombrio, já que se trata de vilões? Sério?
DC, Batman, o cara que só usa preto, é frio e calculista = O herói, Coringa, o
cara de paletó roxo e cabelo verde = O vilão... Eles são do mal, okay, mas não
é por isso que eles não podem ser divertidos, na verdade boa parte dos
“malvados” são os que não dispensam uma boa piada e um comentário sarcástico. Isso
é outro ponto que ficava bem evidente nos trailers.
“A origem de alguns personagens é
totalmente perdida”, alô pessoas! Esses personagens foram apresentados em HQs,
desenhos e jogos, com uma pesquisa rápida você pode encontrar várias versões
diferentes em contextos e fases diferentes para as origens deles. Nem os filmes
do Harry Potter, que tem a base em um universo relativamente fechado, seguem
corretamente a história e características de alguns personagens.
“Ficou muito corrido”, engraçado
que normalmente as pessoas reclamam quando os filmes “enrolam” muito. Vamos
considerar que esse é o primeiro filme tratando desse grupo, boa parte dos
personagens não possui um grande destaque no Universo DC, e mesmo os que
possuem não são tão conhecidos do grande público atual. Fazer a apresentação de cada um deles era necessária, e os criadores encontraram uma
boa forma de fazer isso, é algo rápido, prático e que cumpre o objetivo. Um
início bem desenvolvido que leva diretamente a principal missão da equipe, sem
rodeios, sem diálogos prolongados, sem dúvidas desnecessárias.
“Uma perda de tempo”, eu
realmente não entendo essa. Tudo bem que você não gostou dos personagens ou
achou o roteiro fraco, mas você parou para ouvir a trilha sonora? Em menos de dez
minutos foram 3 músicas que eu adoro, clássicos, novidades, versões, e
que se encaixam muito bem com as cenas. E cá entre nós, dizer que qualquer
filme é uma total perda de tempo, é bem estranho...
“Will fazendo Will”, chega a ser
engraçado, porque o Deadshot é um cara piadista, com argumentos afiados e
respostas rápidas, seria um problema se o Will não o fizesse dessa forma.
*GRANDE ALERTA DE SPOILER*
Vamos falar agora sobre os
personagens, alguns deles estão recebendo críticas que não tem cabimento...
Amanda Waller está incrível, Viola foi uma ótima escolha. Amanda é
uma mulher com um passado trágico e que deu a volta por cima do jeito que
conseguiu. Ela é grande estrategista, política, calculista e claramente
questiona a presença de super humanos defendendo a Terra, ela sempre teve
discussões ótimas com os membros da Liga. Eu vi gente reclamando que
ela é muito fria, eu me pergunto se essas pessoas viram ao menos uma aparição
dela no desenho da Liga da Justiça.
Vi críticas que reclamavam que a Arlequina estava muito “avoada”, ela é
uma psicopata, mentalmente descontrolada, sem uma noção clara de escrúpulos,
temos que concordar que ela não é uma das pessoas mais centradas da face da
Terra... Sim, a roupa estava curta, isso é um assunto que se discute há séculos
não só em filmes, nos jogos, HQs, desenhos. Mas uma coisa é clara, Arlequina
usa a sedução como arma, ela pode ter aprendido isso com o Coringa, ou não,
porque mesmo antes de virar a namorada do Pudinzinho, Harley já era meio
maluquinha e usava as ferramentas que tinha para conseguir o que queria.
“Ela vai e volta”, ponto
interessante, se você prestar atenção ela entra na missão sabendo que em algum
momento vai aparecer um certo alguém para tirar ela de lá, porém o plano não dá
muito certo, ela se vê completamente sozinha, é completamente aceitável que retorne ao grupo onde reconhece pessoas com as quais estabeleceu uma relação.
E claro, temos que falar do Coringa. A divulgação dele foi tanta,
os comentários sobre a interpretação do Jared foram tão constantes que eu
acredito que algumas pessoas criaram a falsa ideia de que o filme era sobre ele.
“Ah, mas até o Jared reclamou que muita cena dele foi cortada”, não duvido nada
dos cortes, é algo bem comum. Talvez eles decidam fazer um filme exclusivo
sobre ele, mas o fato é que Esquadrão Suicida não tinha obrigação nenhuma, o
Coringa aparece quando tem que aparecer, ele serve como base de fundo para a
história da Arlequina.
A relação entre Arlequina e Coringa é outro ponto de
discussão, eles são malucos, é um relacionamento doentio, eles são completamente
doidos. Mas sim, em meio a toda a insanidade, eles se amam, o Coringa é abusivo
e violento, mas ele claramente possui um interesse e uma preocupação enorme com
a Arlequina, que é intensamente apaixonada por ele. Ele fez ela ficar maluca,
sim, ele é um vilão. Ele põe a vida dela em risco, sim, ele é um vilão maluco,
e ela não é nenhum anjinho...
Com relação as mudanças de
algumas histórias de origem, sim elas existem, mas não causam uma transformação
muito drástica nos personagens em geral. A forma como June e Magia se
conheceram não muda o fato que Magia é inconstante. Pessoas reclamando que
características políticas do Esquadrão se perdem, pra começar eu não acho
correto comparar essa equipe com o Esquadrão original formado durante a segunda
guerra mundial, eram criminosos que se ofereceram
para defender a nação, eles era patriotas, foi escolha deles, eles sabiam o que
estavam enfrentado e conheciam o inimigo.
A equipe do filme é teoricamente a terceira formação, criminosos obrigados a realizar a missão, porque
se não eles iriam explodir. Eles só
se tornam uma equipe realmente unida lá pelo meio da noite, porque no começo estava
cada um por si, mas a partir do momento que essa ligação surge, é mais do que
aceitável que eles mudem algumas opiniões.
Reclamações sobre os vilões
aceitando muito facilmente a missão. Ou você faz ou você morre não é uma
condição muito difícil de entender, e só porque eles são mercenários malvados não significa que alguns deles não possam ter uma noção de companheirismo ou
que queiram que o mundo exploda. Floyd Lawton é um pai preocupado que quer
garantir um bom futuro para filha, Chato Santana se culpa eternamente por ter
perdido o controle das chamas com as pessoas que amava, Tatsu Yamashiro é uma
mulher apaixonada que procura por vingança e sonha em se reencontrar com o
homem que amava. Uma coisa que eu aprendi com histórias de heróis e vilões é
que todo mundo possui um passado, experiências e contextos diferentes, ninguém
é do mesmo jeito em relação a tudo e a todos.
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