4 discos que você precisa ouvir de artistas sergipanos.

Foto: Montagem e Reprodução | +Héloa Eu | +Couttoorchestra | +SandyAlê | +The Baggios

A diversidade da sonoridade por trás de artistas Sergipanos representa um sinal para a contenção de ritmos e melodias contemporâneas que vão além do contexto conhecido, como o fato de ser o berço de uma cultura folclórica dentro do Estado e a forte culminância do forró pé-de-serra. 

Entretanto, cresce a demanda de artistas que buscam seu diferencial na música Sergipana e nos últimos anos vem se mostrando significativo e rico de influências. Apresento-lhes quatro exemplos desses artistas que representam bem a rica cultura musical sergipana em quatro excelentes discos.

Um no Enxame | Sandyalê

Um no Enxame | Orí Estúdio |  2015

“Um no enxame” é o primeiro disco da cantora e compositora Sandyalê e foi gravado entre agosto de 2013 e maio de 2014, no Orí Estúdio em Aracaju. O disco mergulha em uma sonoridade bem intimista com influência da música contemporânea europeia incluindo batidas de percussões africanas.
No repertório, Sandyalê interpreta canções de sua autoria e conta com uma equipe de compositores sergipanos como Elvis Boamorte, Rafael Oliva, Dudu Prudente, Kadydja Albuquerque, Guto Carvalho Neto. A  belíssima canção ''A Fila''   tem uma melodia agradável incorporada na voz marcante da Sandy que deleita com a sua percussão bem marcada e o uso da sanfona que transmite uma sensação boa ao ouvinte. Em '' O Cheiro e a Flor'' é que as percussões ritmizadas com uma combinação de música latina  e percussão africana que concede uma melodia dançante e envolvente.

Voga  | Coutto Orquestra

VOGA | Natura Musical | 2016

''Voga'' é o segundo disco de estúdio do grupo sergipano Coutto Orquestra formada por Alisson Coutto (teremim, programação eletrônica, baixo e coro), Vinícius Bigjohn (sanfona, programação eletrônica e coro), Rafael Ramos (violão, baixo, teclado e coro), Fabinho Espinhaço (bateria). O disco tem a sua essência instrumental, algo característico do grupo e traz em sua estética a composição de melodias mais aprimoradas acompanhadas de um lirismo compatível com a viagem pelas faixas e pelo Rio São Francisco e de toda a raiz musical dos ribeirinhos. O projeto do grupo foi vencedor do concurso  Natura Musical 2015 na categoria voto popular. Na canção ''Barco de Fogo'' evidencia o lírico por trás de sua letra e a melodia com a forte presença da sanfona se destaca e sugere a cultura viva do Nordeste. Em ''Luar'' uma canção que simboliza calmaria em uma noite de viagem pelo mar e a sua melodia conquista com a simplicidade. 

 Eu  | Héloa

Eu  | Cambuci Roots | 2016

''Eu'' é o primeiro disco de estúdio da cantora Héloa, sergipana mas radicada em São Paulo. O disco foi produzido por Daniel Groove e João Vasconcelos, gravado no Estúdio Cambuci Roots em São Paulo e sucede o Ep ''Solta''  (2013). O trabalho traz doze faixas, em sua maioria interpretações de grandes compositores nordestinos como Otto na faixa ''Crua'', Geraldo Azevedo e Alceu Valença na faixa ''Caravana'' e Saulo Duarte na faixa ''Meus Amigos''.  Sua inspiração pelo nordeste e por sua cidade natal só se sossega na única faixa autoral do disco ''A Avenida'' que simboliza sua estadia em São Paulo em forma de lamentações e procura de tranquilidade naquele lugar movimentado.  E é na faixa ''Calei'' uma versão da canção escrita por Allen Alencar, que as batidas e a melodia são bem pontuadas em um ritmo dançante e pop delicioso de se ouvir.  O projeto vai mais do que baladas românticas, procura não ter rótulos e sim diversidade na sonoridade que se encontra no blues e no pop e na voz meiga e aconchegante da cantora. 

Brutown | The Baggios

Brutown | Toca do Bandido  | 2016

''Brutown'' é o terceiro disco de estúdio do duo de blues-rock The Baggios,  formada por Julio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria) ambos de São Cristóvão. O disco traz doze faixas e foi produzido pela dupla e por Felipe Rodarte. Gravado no estúdio Toca do Bandido, no Rio de Janeiro e traz diversas participações especiais: Emmily Barreto (do Far From Alaska) canta em ''Estigma'', Jorge Du Peixe (Nação Zumbi) em ''Saruê'', Fernando Catatau (Cidadão Instigado)  e Felipe Ventura (Baleia) participam de ''Soledad'' e a dupla dos Autoramas, Gabriel Thomaz e Erika Martins, faz backing vocal em ''Desapracatado''. O disco sucede trabalhos como The Baggios (2011) e o excelente Sina (2013) e destacam-se a canção ''Vivo pra mim'' com sua levada funk inerente e agrada na primeira audição e a faixa ''Soledad'' que é a surpresa do disco uma canção que tem uma melodia bem marcante e encanta pela introdução do violino do Felipe Ventura.