É inadmissível começar a falar dos artistas brasileiros que fizeram e fazem carreira em Hollywood e não falar de Carmen Miranda.
Maria do Carmo Miranda da Cunha, mais conhecida como Carmen Miranda, foi uma cantora e atriz luso-brasileira, a qual ficou conhecida mundialmente por sua participação em programas de rádio e em filmes, sendo considerada a precursora do "Tropicalismo" (movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 1960).
Carmen Miranda começou sua carreira artística como cantora, gravando músicas que bem conhecemos e são cantadas até hoje. Em 1929, ela gravou sua primeira música, o samba "Não Vá Sim'bora", com autoria de Josué de Barros. Logo após foi apresentada ao diretor da gravadora RCA Victor, onde iniciou sua carreira gravando "Dona Balbina" e "Triste Jandaia". Meses depois foram lançadas as músicas "Barucuntum" e "Iaiá Ioiô". Joubert de Carvalho compôs a música "Taí" com a marcha-canção "Pra Você Gostar de Mim" gravada por Carmen em 1930, a canção foi um sucesso e ela foi então aclamada pela crítica como "a maior cantora do Brasil".
Como muitos dos primeiros artistas no Brasil, Carmen Miranda já era uma estrela bem estabelecida da música popular e do rádio, a sua transição para o cinema, e seu sucesso na indústria fonográfica lhe garantiu um lugar nos primeiros filmes sonoros lançados na década de 1930. Sua carreira no Brasil foi intimamente ligada com o gênero de filmes musicais que se baseou em tradições carnavalescas do país, e as celebrações anuais e estilos musicais da cidade do Rio de Janeiro.
Sua primeira aparição no cinema foi como figurante no filme A esposa do solteiro em 1926, seis anos depois apresentou um número musical em O carnaval cantado no Rio, primeiro documentário sonoro sobre o tema. Seu primeiro papel narrativo foi no filme Estudantes (1935), onde interpretava uma cantora de rádio que se apaixonava por um estudante universitário. Estrelou o musical Alô, Alô, Carnaval, uma das grandes produções brasileiras da época, ao lado de sua irmã Aurora Miranda e contou com um elenco de estrelas do mundo da música popular e do rádio. Seu último filme brasileiro foi Banana da Terra (1939), mais um musical carnavalesco onde ela apresenta a famosa música "O que é que a baiana tem?".
Serenata Tropical, de 1940, foi o filme que a Fox desenvolveu para apresentar Carmen Miranda em Hollywood, e foi um grande sucesso. No enredo, os personagens principais viajam a Argentina, onde visitam o clube noturno "El Trigre", e encontram Carmen Miranda, como ela mesma, cantando os números do seu musical da Broadway. O segundo filme de Carmen na Fox, Uma Noite no Rio (1941), foi dirigido por Irving Cummings. Ainda em 1941, Carmen Miranda tornou-se a primeira latino-americana a ser convidada a colocar suas mãos e pegadas no cimento do pátio do Grauman's Chinese Theatre. Daí em diante foi um filme atrás do outro. Estrelou Aconteceu em Havana, dirigido por Walter Lang com William LeBaron como produtor e no elenco Cesar Romero; Minha Secretária Brasileira, uma comédia musical estrelada ao lado de Betty Grable, John Payne e Cesar Romero.
Entre a Loura e a Morena, um musical de Busby Berkeley, seu papel como Dorita caracterizou definitivamente sua carreira como "The Lady in the Tutti-Frutti Hat" ("A senhorita do chapéu de frutas"); Quatro Moças num Jipe, era um filme B, baseado numa aventura real das atrizes Kay Francis, Carole Landis, Martha Raye e Mitzi Mayfair durante as viagens que fizeram pela Inglaterra e pelo Norte da África apresentando-se oficialmente para as tropas americanas; Serenata Boêmia, era um musical dirigido por Walter Lang e novamente produzido por William LeBaron, com Don Ameche e Miranda nos papeis principais; Alegria, Rapazes!, uma comedia baseada num musical de sucesso da Broadway.
Em 1945 ela era, segundo o Departamento do Tesouro Americano, a mulher mais bem paga dos Estados Unidos. Mas nem todo sucesso dura para sempre e como seus personagens não eram muito versáteis, o interesse de Hollywood por Carmen foi diminuindo e ela passou a desempenhar papeis menores, mas nunca deixando de impressionar com sua bela voz. Afim de mudar sua imagem e assumir papéis diferentes no cinema, aceitou uma oferta da United Artists de desempenhar o principal papel na comédia Copacabana ao lado de Groucho Marx, no qual ela interpreta duas personagens distintas, o da loira Mademoiselle Fifi, e o da cantora brasileira Carmen Navarro.
Carmen apareceu em mais alguns filmes sem muito destaque, até que 1953 fez sua última aparição no cinema, com o filme Morrendo de Medo, estrelado pela dupla Dean Martin e Jerry Lewis, ela acabou representando um papel secundário e que pouco aparece na história. Com o fim da sua carreira cinematográfica, fez várias turnês de shows pela Europa, Las Vegas e Cuba. Recebeu uma proposta da CBS de ter seu próprio programa semanal na televisão, The Carmen Miranda Show, que seria co-estrelado com Dennis O'Keefe, mas antes disso concordou em gravar uma participação no programa de Jimmy Durante para a NBC. Veio a falecer logo em seguida.
Carmen Miranda tinha apenas 46 anos quando faleceu, porém viveu o suficiente para deixar um grande legado e sua marca no mundo. É um grande nome da música brasileira e do cinema, tanto no Brasil quanto em Hollywood. Ela é lembrada por ser talvez a mais importante personalidade artística brasileira de todos os tempos, sendo considerada pelo American Film Institute, uma das "500 grandes lendas do Cinema".
Ela foi a primeira artista brasileira a lançar moda nos EUA – o “Miranda look”, como ficou conhecido seus figurinos, foi adaptado e usado nas ruas em todo mundo ocidental e ainda hoje influencia muitos estilistas que nela buscam inspiração. Seu sucesso fez com que as luxuosas lojas da Quinta Avenida, em Nova York, substituissem as criações de Dior e Chanel pelas suas fantasias de baiana, sapatos plataforma e turbantes. Na década de 90, Carmen foi requisitada pela moda no Brasil que estava se organizando e tentando estabelecer um calendário unificado para os desfiles. Sua imagem tornou-se tão importante para esse setor que a artista foi resgatada durante todo o processo de estruturação do campo da moda no país.
Uma grande estrela cujo o brilho jamais irá se apagar! Acusada várias vezes de ter se tornado americanizada, nunca negou suas origens e sempre falava com muita alegria sobre o Brasil.
Fonte: Wikipédia
Imagens: Reprodução/Divulgação
Carmen Miranda começou sua carreira artística como cantora, gravando músicas que bem conhecemos e são cantadas até hoje. Em 1929, ela gravou sua primeira música, o samba "Não Vá Sim'bora", com autoria de Josué de Barros. Logo após foi apresentada ao diretor da gravadora RCA Victor, onde iniciou sua carreira gravando "Dona Balbina" e "Triste Jandaia". Meses depois foram lançadas as músicas "Barucuntum" e "Iaiá Ioiô". Joubert de Carvalho compôs a música "Taí" com a marcha-canção "Pra Você Gostar de Mim" gravada por Carmen em 1930, a canção foi um sucesso e ela foi então aclamada pela crítica como "a maior cantora do Brasil".
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Carmen Miranda em Estudantes (1935) |
Como muitos dos primeiros artistas no Brasil, Carmen Miranda já era uma estrela bem estabelecida da música popular e do rádio, a sua transição para o cinema, e seu sucesso na indústria fonográfica lhe garantiu um lugar nos primeiros filmes sonoros lançados na década de 1930. Sua carreira no Brasil foi intimamente ligada com o gênero de filmes musicais que se baseou em tradições carnavalescas do país, e as celebrações anuais e estilos musicais da cidade do Rio de Janeiro.
Ás vésperas da Segunda Guerra Mundial, Carmen embarcou para os EUA com sua banda Bando da Lua. Ela tinha chamado a atenção do produtor norte-americano Lee Shubert, dono da Select Operating Corporation, que administrava metade dos teatros da Broadway, o empresário ficou impressionado com o seu talento e a contratou para seu espetáculo intitulado "The Streets of Paris". Enquanto apresentava o espetáculo, assinou contrato com a 20th Century-Fox.
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Cartaz do filme Serenata Tropical (1940) |
Serenata Tropical, de 1940, foi o filme que a Fox desenvolveu para apresentar Carmen Miranda em Hollywood, e foi um grande sucesso. No enredo, os personagens principais viajam a Argentina, onde visitam o clube noturno "El Trigre", e encontram Carmen Miranda, como ela mesma, cantando os números do seu musical da Broadway. O segundo filme de Carmen na Fox, Uma Noite no Rio (1941), foi dirigido por Irving Cummings. Ainda em 1941, Carmen Miranda tornou-se a primeira latino-americana a ser convidada a colocar suas mãos e pegadas no cimento do pátio do Grauman's Chinese Theatre. Daí em diante foi um filme atrás do outro. Estrelou Aconteceu em Havana, dirigido por Walter Lang com William LeBaron como produtor e no elenco Cesar Romero; Minha Secretária Brasileira, uma comédia musical estrelada ao lado de Betty Grable, John Payne e Cesar Romero.
Entre a Loura e a Morena, um musical de Busby Berkeley, seu papel como Dorita caracterizou definitivamente sua carreira como "The Lady in the Tutti-Frutti Hat" ("A senhorita do chapéu de frutas"); Quatro Moças num Jipe, era um filme B, baseado numa aventura real das atrizes Kay Francis, Carole Landis, Martha Raye e Mitzi Mayfair durante as viagens que fizeram pela Inglaterra e pelo Norte da África apresentando-se oficialmente para as tropas americanas; Serenata Boêmia, era um musical dirigido por Walter Lang e novamente produzido por William LeBaron, com Don Ameche e Miranda nos papeis principais; Alegria, Rapazes!, uma comedia baseada num musical de sucesso da Broadway.
Número musical do filme Uma Noite no Rio
Em 1945 ela era, segundo o Departamento do Tesouro Americano, a mulher mais bem paga dos Estados Unidos. Mas nem todo sucesso dura para sempre e como seus personagens não eram muito versáteis, o interesse de Hollywood por Carmen foi diminuindo e ela passou a desempenhar papeis menores, mas nunca deixando de impressionar com sua bela voz. Afim de mudar sua imagem e assumir papéis diferentes no cinema, aceitou uma oferta da United Artists de desempenhar o principal papel na comédia Copacabana ao lado de Groucho Marx, no qual ela interpreta duas personagens distintas, o da loira Mademoiselle Fifi, e o da cantora brasileira Carmen Navarro.
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Carmen Miranda colocando sua assinatura e suas mãos no Grauman's Chinese Theatre em 24 de março de 1941 |
Carmen Miranda tinha apenas 46 anos quando faleceu, porém viveu o suficiente para deixar um grande legado e sua marca no mundo. É um grande nome da música brasileira e do cinema, tanto no Brasil quanto em Hollywood. Ela é lembrada por ser talvez a mais importante personalidade artística brasileira de todos os tempos, sendo considerada pelo American Film Institute, uma das "500 grandes lendas do Cinema".
Ela foi a primeira artista brasileira a lançar moda nos EUA – o “Miranda look”, como ficou conhecido seus figurinos, foi adaptado e usado nas ruas em todo mundo ocidental e ainda hoje influencia muitos estilistas que nela buscam inspiração. Seu sucesso fez com que as luxuosas lojas da Quinta Avenida, em Nova York, substituissem as criações de Dior e Chanel pelas suas fantasias de baiana, sapatos plataforma e turbantes. Na década de 90, Carmen foi requisitada pela moda no Brasil que estava se organizando e tentando estabelecer um calendário unificado para os desfiles. Sua imagem tornou-se tão importante para esse setor que a artista foi resgatada durante todo o processo de estruturação do campo da moda no país.
Uma grande estrela cujo o brilho jamais irá se apagar! Acusada várias vezes de ter se tornado americanizada, nunca negou suas origens e sempre falava com muita alegria sobre o Brasil.
Fonte: Wikipédia
Imagens: Reprodução/Divulgação
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