Aragão nasceu em 1977, com a
carreira de mágico e dono de cinema do pai, o garoto cresceu no meio de
efeitos, truques visuais e maquiagens, aos 14 anos já possui um caderno para
storyboard(roteiro visual) e brincava com os amigos com pegadinhas utilizando
farinha de trigo e tinta guache. Não é
difícil imaginar de onde ele tirou inspiração para definir a carreira, que teve
sua escolha definitiva após o lançamento da primeira versão MARAVILHOSA
de A Morte do Demônio (1981). Com 17 anos já estava ativo no mercado do terror
“lado B”, tem seu nome como responsável pela maquiagem em dois curtas (A Lenda de Proitner/Vampicida) antes de completar 21 anos.


Por mais estranho que possa parecer
talvez nem tanto, nenhuma das produções de Aragão possuiu incentivos financeiros
do governo, são produções independentes com orçamento baixo e verbas coletadas
através de amigos e conversas diretas de Rodrigo com algumas empresas. Apesar
de ter conseguido realizar trabalhos fabulosos até agora, o cineasta admite que
uma melhoria no equipamento, estrutura e calendário pode ser bastante útil. Para
os próximos projetos ele está tentando este apoio que considerando o atual cenário
está um pouco mais complicado de sair.
Rodrigo é reconhecidamente um
grande nome no cenário de terror/ trash nacional. Tido pelo próprio José Mojica,
mestre do estilo, como o herdeiro mais talentoso de suas obras, o diretor
também ganhou o título de Mosntrólogo Brasileiro, do irreverente Pedro de Lara,
em 2004.
Histórias e cenários tipicamente brasileiros,
baseados em lendas populares, folclore e personagens comuns na área do Perocão,
local onde realiza as gravações fazem parte das obras de Rodrigo, mas por trás
de todo banho de sangue e cenas assustadoras, existe uma preocupação consciente
com o meio ambiente e valores humanos, elementos que estão se perdendo aos
poucos com o passar dos anos.

Tive a felicidade de assistir uma
palestra de Aragão na última edição do, infelizmente extinto, HQ Festival em
Aracaju. Além de uma boa conversa, que também contou com Carlos Ruas (Um Sábado Qualquer) e ótimas dicas para os interessados no gênero, o público também pode
conferir a primeira exibição na ragião norte/nordeste do filme A Noite do Chupacabra na telona. É realmente
espantoso o talento de Rodrigo como artista, cineasta e autor, e incompreensível
talvez nem tanto ² o fato dele ter mais reconhecimento no exterior do
que dentro de casa. O terror brasileiro tem um potencial enorme, porém a falta
de reconhecimento do grande público e produtoras parece desestimular as
produções.
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