''Moonlight: Sob a Luz do Luar'' | Segundo filme de Barry Jenkins se consagra pela simplicidade.

Foto: Divulgação  |  A24  | Diamonds Films  | NOS

Gravem esse nome: ''Barry Jenkins''. É um diretor e cineasta americano de 38 anos que só tinha dirigido o longa-metragem independente Medicine for Melancholy (2008) que lhe garantiu a indicação ao Prêmio Gotham de Diretor Revelação e entre outros prêmios no ano seguinte. Jenkins nasceu em Miami e se formou em Cinema e Artes Visuais pela Universidade do Estado da Flórida em Tallahasse e produziu pequenos curtas até chegar no seu primeiro longa-metragem. 

No ano de 2016, o diretor e roteirista assinou a adaptação do livro "In Moonlight Black Boys Look Blue" do escritor Tarell Alvin McCraney e criando assim o roteiro de ''Moonlight''.  O filme é retratado de forma cronológica sobre três fases da vida do jovem negro Chiron no qual o personagem apresenta-se em uma estrutura de três atos, passando pela sua infância, adolescência até se tornar adulto. 

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Logo em seu primeiro ato temos o contato com a infância de Chiron levando em consideração ao seu apelido ''Little''  e interpretado por Alex R. Hibbert, o personagem de poucas falas é tomado por toda expressividade do olhar para baixo que demonstra a sua fragilidade e sua inquietude em relação a seu cotidiano com a sua mãe (Naomi Harris - no melhor papel da sua carreira), uma enfermeira viciada em drogas, e além disso tendo que criar forças contra os garotos que lhe afrontam na escola.  E em uma dessas situações, que o garoto conhece Juan (Mahershala Ali)   que se mostra como um figura paterna e até seu mentor criando uma atmosfera familiar ao lado dele e de sua namorada Teresa (Janelle Monáe).     

O adolescente Chiron (Ashton Sanders) passa por um processo de descobertas inclusive de sua identidade, enquanto precisa lidar com o vício de sua mãe e suas cobranças e a persistência de ser confrontado pelos valentões da escola. Nesse capítulo, descobrimos o quanto o personagem precisa enfrentar as suas dificuldades e de como crescer em um subúrbio de Miami, por mais em sua consciência social serve para definir e moldar seu caráter. Quando somos apresentados ao Chiron adulto, ou Black (Trevante Rhodes) descobrimos que o personagem buscou um caminho exatamente parecido ao seu mentor Juan se tornando um líder do tráfico local, porém as suas fraquezas continuam mais fortes à medida em que tem contato com o seu passado sombrio, de suas escolhas e de sua opção sexual que fica ainda mais forte quando recebe uma ligação de um velho amigo, Kevin (Andre Holland). 

"Moonlight - Sob a Luz do Luar" é um filme, que por mais que fale sobre questões raciais, drogas e também sobre preferencia sexual conota de uma sutileza, principalmente vinda do elenco masculino. Jekins transpõem perfeitamente essa mensagem em seu roteiro e em sua direção de forma impecável e com bastante sensibilidade e destreza nos diferentes atos. O longa ainda procura manter o seu frescor de independente e custou menos do que outros filmes mais extravagantes e e isso é raro na indústria cinematográfica. A sua fotografia procura dar destaque a tons mais escuros, inclusive ao elenco em cenas noturnas e além de um tom um pouco mais azulado e sua trilha sonora é composta por música clássica e boas sacadas de canções que respondem à alguns de seus diálogos e nota-se também a presença da canção de Caetano Veloso cantada em espanhol - "Cucurrucucu Paloma''. A fascinante trajetória de Chiron e seu silêncio contido em todas as suas três fases define a preciosidade da obra que se limita de estereótipos e retrata escolhas, definição de caráter e a legitimidade da masculinidade com coesão e simplicidade. 

Direção: Barry Jenkins

Roteiro: Barry Jenkins

Elenco: Trevante Rhodes, André Holland, Janelle Monáe, Ashton Sanders, Naomie Harris  e Mahershala Ali.

Música: Nicholas Britell

Distribuição: A24

Minha Avaliação:    |  5,0  | Excelente.