"Trabalhamos nas trevas para servir a luz. Somos Assassinos."

O filme Assassin's Creed, como muitos sabem, é baseado no jogo de mesmo nome criado pela empresa de games Ubisoft. Ele trás muitos elementos dos jogos para o cinema e cria uma nova história e novos personagens, expandindo mais o universo dos Assassinos. Trás também grandes nomes do cinema como Jeremy Irons, Michael Fassbender, Marion Cotillard e Bredan Gleeson para integrar o elenco, e a direção ficou a cargo de Justin Kurzel, que já tinha dirigido Michael e Marion em Macbeth.



Acompanhamos a história de Callum Lynch, um prisioneiro sentenciado a pena de morte pelo crime de assassinato. Supostamente morto, Cal é levado para a Fundação Abstergo que é um conglomerado corporativo multinacional, e a fachada principal para as atividades dos dias modernos da Ordem dos Templários. Lá ele é colocado no Animus, uma máquina que possibilita acessar a memória genética de uma pessoa, e descobre que ele é na verdade o descendente direto de Aguilar de Nerha, um membro do Credo dos Assassinos, inimigos do Templários, que viveu no século XV durante a Inquisição Espanhola. De acordo com os Templários, Aguilar foi a última pessoa a ter em mãos um artefato chamado Maçã do Éden, que possibilita controlar o livre arbítrio. No Animus, Cal tem acesso as memórias de Aguilar, revivendo suas lutas contra o inimigo, buscando proteger a Maçã e aos poucos vai descobrindo qual é o seu lugar em meio a essa batalha secular.
Altair e a Maçã do Éden no
primeiro jogo da franquia

Nos jogos tudo começa com Desmond Miles, um bartender, que é usado pela Fundação Abstergo para acessar as memórias de Altaïr Ibn-La'Ahad, o primeiro grande assassino e fundador da Ordem dos Assassinos, que viveu no século XII, na época das Cruzadas. Não existe Callum Lynch, Aguilar e nenhum jogo se passa na Inquisição Espanhola. Como já dito, foi criado um enredo inédito especialmente para o cinema. Mas nem tudo é totalmente novo, a busca pela Maçã do Éden pode ser vista tanto no jogo quanto no filme,  Alan Rikkin - personagem interpretado por Jeremy Irons - também existe em alguns dos jogos e fora as diversas referências, com algumas surpresinhas no final.


A Maçã do Éden é um artefato muito poderoso, criada por seres mais avançados que os humanos, ela tem o poder de controlar o livre-arbítrio, ou seja, ela pode controlar as mentes humanas. Por isso os Templários estão atrás da Maçã, eles buscam a paz, mas através do controle e os Assassinos querem preservar o livre-arbítrio das pessoas. No entanto, no filme isso não fica muito claro, talvez porque eles tenham intenção de aprofundar em uma possível sequência e também existe muito mais além disso. Pra mim que leio os livros e joguei alguns dos jogos, não foi um problema, pois eu já sabia do que se tratava, mas isso não funcionou bem e é a maior reclamação de quem assistiu e não conhece a franquia, mas isso não chega a estragar o filme.
Callum Lynch e a Dra. Sophia Rikkin na Fundação Abstergo

Gostaria de ressaltar que as criticas estão, em sua maioria, exageradas e que o filme não é tão ruim como estão levando muitos a crer. Ele tem grandes falhas no roteiro, erra na hora de retratar mais o presente do que o passado, que é a parte pela qual grande maioria se interessa - eu particularmente preferia que fosse como nos livros e nem sequer mencionasse a Abstergo. Mas esteticamente ele é bem fiel aos jogos, os detalhes estão caprichados, tanto no presente quanto no passado. As sequências de ação estão maravilhosas, adorei as cenas de parkour e fuga nos telhados. O Fassbender está incrível, só deixando um pouco a desejar no espanhol. A proposito, achei ótimo que os personagens do passado falam em espanhol. Sobre o Salto da fé se observarem bem nos trailers, por mais que não dê pra ver muito bem, tem um monte de feno embaixo, só porque não mostra ele aterrissando, não quer dizer que não funcionou. 

Confira o post sobre os livros da franquia Assassin's Creed.
Os assassinos Aguilar e Maria, em busca da Maçã do Éden

O Victor Luís, nosso colega aqui do iLuztres, faz parte do público que não conhece - ou não conhece muito bem - a franquia, mas deixou sua opinião sobre o que achou do filme: 

Cinematograficamente, Assassin's Creed acerta em recriar um visual aparentemente similar ao jogo principalmente das boas tomadas aéreas e de sua distorção de quadros para captar os movimentos de seus personagens. Nas cenas de luta nota-se um ritmo compassado que impressiona com a similaridade incorporada do jogo, movimentos lentos e golpes precisos. Kurzel sabe dominar a fotografia e o resultado é sublime, inclusive  nas cenas durante a Inquisição. Entretanto, o roteiro é confuso, as explicações para as tramas dos templários e sobre a maçã do éden parecem não ter lógica.



Apesar dos pesares, o filme é bom e eu acredito que vale a pena ir conferir no cinema. Como eu sempre digo, é bom tirar suas próprias conclusões. Pra quem desconhece o universo no qual o filme é baseado, não se aflija, ele foi feito para você também, não é necessário ter conhecimento prévio e para quem joga ou apenas lê os livros, mesmo que não goste de tudo, vá, é uma experiência muito legal. Enfim, estou na torcida por uma sequência.

Imagens: 20th Century Fox
Erica Olive
Erica Olive

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