Resenha: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada

Já falamos no blog do que se trata o livro, nesse post aqui, mas, talvez um pouco atrasada para a festa, finalmente vou falar um pouco das minhas impressões sobre Harry Potter e a Criança Amaldiçoada! Lançado no Brasil em 2016 pela Editora Rocco.

Divulgação Editora Rocco
Eu entendo completamente por que muitos (outros) fãs HP não curtiram muito, mas eu, como fã, tenho que admitir: Eu realmente gostei. E adoraria ver essa história nos palcos

Sim, eu entendo o que muita gente fala. Harry Potter e a Criança Maldita tem uma vibração completamente diferente. Além de ser uma peça, é também uma história mais madura, mais focada nos personagens, menos mágica. Não parece um oitavo livro de Harry Potter; há uma verdadeira desconexão entre esta peça e os outros sete romances.

Para ser honesta, eu nunca esperei outro livro de Harry Potter. Cheguei ao final de Harry Potter e as Relíquias da Morte e pensei que era a perfeição mágica - a história tinha completado seu arco na íntegra e eu me despedi sentindo uma ligeira melancolia, mas um monte de satisfação. 

No entanto, se você ficou louco precisando demais da série HP, você pode ficar um pouco desapontado com esse livro. Se você sente que há uma lacuna onde algo HP está faltando, então eu não acho que isso vai preenchê-lo. Separe os dois em sua mente, e você tem mais chances de gostar da história. Porque isso é algo diferente - e eu estou feliz com isso.

Da esquerda para a direita -
Jamie Parker (Harry Potter), Sam Clemmett (Alvo Severo Potter)
e Poppy Miller (Gina Potter)
Foto: Divulgação/Harry Potter Theatrical Productions


Primeiro, é claro, é uma peça. Logo vai ser algo diferente do que já vimos antes. Eu geralmente não sou muito de ler peças, especialmente as modernas, mas esta é muito legível porque o diálogo é maravilhoso. Eu não sei por que as pessoas estão dizendo que "é tão óbvio que JK não escreveu a maior parte disso" porque eu acho que seu estilo está em toda parte - o fato de que essa peça (que deve ser vista no palco) pode ser tão facilmente lida como um livro me diz que a JK deu um monte de retoques na história.

Mas, mesmo assim, o enredo deixa um pouco a desejar. Sentimos a diferença da série principal. Ele não é tanto sobre o mundo bruxo e a magia, mas mais sobre relacionamentos, conflitos (particularmente entre Harry e Alvo) e o diálogo entre personagens. Suponho que isso deva fazer mais sentido em uma peça, onde a história se desenrola com força através dos diálogos e não através de um narrador onisciente.

Paul Thornley (Rony Weasley), Noma Dumezweni (Hermione Granger)
e Cherrelle Skeete (Rosa Granger-Weasley)
Foto: Divulgação/Harry Potter Theatrical Productions 
E é uma história mais “madura”. Os adultos cresceram, mudaram. Alguns mudaram tanto que eu dificilmente os reconheço, Draco, por exemplo. Eu gosto que ele é, bem, mais bonito agora, mas ele não se parece muito com o Draco, sabe? Parece que virar adulto realmente o transformou.

Falando em Draco, seu filho Scorpio é disparado meu personagem favorito no livro. Toda a arrogância e maldade que o pai tinha, se dissolveu e gerou um bom garoto, com aquela insegurança adorável (me lembrou até um pouco o jovem Rony).
Alex Price (Draco Malfoy) e Anthony Boyle (Scorpio Malfoy) -
 Foto: Divulgação/Harry Potter Theatrical Productions

Ainda não sei quão bem as crianças que conheceram a saga agora vão apreciar as piadas sobre envelhecer ou o drama familiar entre Harry e seu filho, Alvo, por exemplo. Mas eu particularmente gostei.

Eu amo a escrita da JK Rowling, e eu queria mais dela. A peça traz tantas coisas que poderiam ter sido escritas muito mais detalhadamente, se esse roteiro tivesse sido expandido para um formato de livro. As dores de crescimento das crianças, em particular a do jovem Alvo. Os sentimentos de Harry como pai. A luta de Draco com quem ele era e quem ele é. Além disso, Rony é relegado a pouco mais do que um alívio cômico, outro ponto bacana.


No geral estou feliz com esta adição a saga, de verdade. Apesar de não ser muito semelhante aos sete romances, temos algo original e, para mim, muito divertido. Algumas das direções de encenação também me deixam animada sobre ver a peça (quando eu ganhar na loteria ou adquirir uma varinha mágica, talvez hahah).
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