Foto: Divulgação | +Diamond Films Brasil |
Um dos feitos mais admiráveis do cinema é retratar histórias reais em perspectiva dos olhos de uma criança e trazer tanta verdade em um mundo nada hostil e é também o feito mais tocante em filmes a exemplo do que acontece no longa do Steven Spielberg, Império do Sol (1987).
E diante a isso, o filme "Lion - Uma Jornada para Casa" faz a sua façanha transmitindo o mais puro realismo, em seus fascinantes 40 minutos iniciais na visão do pequeno Saroo (com os olhos encantadores do Sunny Pawar), de apenas 5 anos, que admira tanto o seu irmão mais velho Guddu (Abhishek Bharate) e vive com sua mãe e sua irmã mais nova em um vilarejo rural na região de Khandwa, no oeste da Índia. No ano de 1986, em um certo dia, Saroo implora a Guddu em deixa-lo ir trabalhar nas estações de trem em uma atividade arriscada de roubar carvão e pedras em seus vagões. Com um gesto de amorosidade, seu irmão acaba cedendo e o leva para as estações em plena madrugada e é nesse ato que tudo desmorona-se, Guddu o deixa esperando em um banco da estação, devido a sonolência e a exaustidão do garoto, e parti para outra estação prometendo voltar logo. Entretanto, ao acordar o pequeno Saroo se vê perdido e abandonado pelo irmão e acaba dormindo em um dos vagões de um trem, e perante a isso, o trem que estava de passagem segue o seu caminho de 1.600 quilômetros até o seu destino final, Calcutá, no leste do país.
Nesse ato, em que Saroo está perdido em uma cidade desconhecida é que se conota a parte mais tocante do enredo. A cinematográfica realizada não soa artificial e isso é transmitido na tela através do diretor pouco conhecido, Garth Davis, que soube captar o tumulto e vastidão do país, com uma tensão muito bem construída e todo o senso de ameaça iminente.
Foto: Reprodução | +Diamond Films Brasil |
No segundo ato, no qual Saroo é resgatado por uma família australiana, mesmo sabendo da existência de sua família biológica, diante mesmo do garoto não conseguir provar a existência de sua moradia . O mundo dele se transporta para uma outra realidade, vivendo confortavelmente agora com seus novos pais, Sue Brierley (Nicole Kidman) e John Brierle (David Wenham).
Saroo (Dev Patel), agora com 25 anos, se tornou um filho promissor e querido pelos seus país, dedica-se seus estudos para a área horteleira e namora com sua colega de curso (Rooney Mara - um pouco perdida no longa). Repentinamente, lembranças aflitas de sua infância vêm a tona e o personagem acaba se dando conta em como sua família biológica, em mais de duas décadas, passou a procura-lo incansavelmente. Nesse mesmo ato, o filme se transforma é já não se parece o mesmo filme tocante que foi apresentado antes, dando a sensação de ser um outro filme, porém com uma presença vaga de lembranças de que o outro proporcionou.
O longa ainda permite se sustentar nos minutos finais, como a atuação sem falsetes e máscaras da Nicole Kidman, que modula na construção dos laços familiares de Saroo como uma mãe calorosa e protetora de seus filhos e além de tudo proporciona um discurso emocionante de mãe para filho. O simbolismo do Google Earth flerta como a principal ferramenta no qual Saroo finalmente conseguiu identificar o seu vilarejo de origem.
Dev Patel, desempenha algo genuíno e fluído do seu personagem já maduro, mas perde um pouco daquele olhar sincero que o Sunny Pawar oferecia. A fotografia de Greig Fraser registra cada detalhe magistral, desde as favelas indianas ou a costa australiana, a música é outro mecanismo belíssimo do longa composta com maestria e delicada em momentos oportunos.
Dev Patel, desempenha algo genuíno e fluído do seu personagem já maduro, mas perde um pouco daquele olhar sincero que o Sunny Pawar oferecia. A fotografia de Greig Fraser registra cada detalhe magistral, desde as favelas indianas ou a costa australiana, a música é outro mecanismo belíssimo do longa composta com maestria e delicada em momentos oportunos.
Direção: Garth Davis
Roteiro: Luke Davies
Elenco: Dev Patel Rooney Mara David Wenham Nicole Kidman.
Música: Dustin O'Halloran
Distribuição: The Weinstein Company | Diamond Films
Minha Avaliação: | 3,5 | Bom.
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