O Canto da Sereia






Mesmo não sendo uma grande fã da Globo, reconheço que a dramaturgia é um ponto de sucesso. Mesmo com uma queda no nível das novelas, as minisséries ainda respondem bem as expectativas. E aproveitando que estamos em época de Carnaval, decidi trazer uma das minhas produções favoritas da emissora.

O Canto da Sereia (2013) é uma adaptação de “O Canto da Sereia – Um Noir Baiano” uma das obras de Nelson Motta.  Em 4 episódios acompanhamos a investigação sobre o assassinato da cantora Sereia (Ísis Valverde). Durante uma vibrante apresentação em cima do trio elétrico, em pleno Carnaval de Salvador, Sereia é baleada e cai diante de seu público. 

Mara (Camila Morgado), empresária e amiga de Sereia, pede para Augustão (Marcos Palmeira), guarda costas da cantora e investigador, para cuidar do caso pois não queria que a intimidade de Sereia fosse exposta pela polícia. Mara queria manter em segredo sua verdadeira relação com a cantora e uma recente descoberta que poderia abalar a carreira da musa.

Sereia era talentosa e carismática, atraia os olhares por onde passava e acabou despertando um forte interesse em Paulinho de Jesus (Gabriel Braga Nunes), o produtor que a descobriu, Tuta Tavares (Marcelo Médici), o marqueteiro da cantora e também de um renomado político de Salvador, Jotabê (Marcos Caruso). Todos que conviviam com a cantora entraram na lista de suspeitos, desde de Mãe Marina (Fabiula Nascimento), guia de Sereia que a alertou sobre o sucesso em seu caminho, até o apaixonado e fiel Só Love (João Miguel), o fã nº1 que acompanhava  todos os momentos da cantora.
O Canto da Sereia foi um projeto bem interessante, ele apresentou uma ideia dos bastidores desse universo das “cantoras de carnaval” que atingem a fama de maneira rápida e muitas vezes pouco duradoura. Muitas festas, pessoas com interesses duvidosos, influências que nem sempre possuem as melhores intenções. Outro ponto interessante é o lado de “seriado policial” que a trama apresenta, achei muito bem trabalhado, desde o assassinato até o momento da revelação final, os flashbacks funcionando como um quebra-cabeças para os espectadores.





A fotografia é algo marcante, ao contrário de outras produções Globais, O Canto da Sereia traz uma Salvador com cores mais frias e claras. Mesmo as cenas de sexo, por mais que evidentes, e outros temas que podem ser considerados polêmicos, foram apresentados de forma elegante.

A trilha sonora e repertório de Sereia são pontos altos da produção, assim como a brilhante escolha de elenco, entre atores iniciantes e veteranos, muitos com experiência de teatro. Ísis estava em um dos seus melhores momentos e conseguiu construir uma Sereia brilhante e intensa. João Miguel fez um Só Love encantador, de longe meu personagem favorito. E Camila Morgado apresentou um lado não muito visto nas novelas que havia feito, intenso, apaixonado e dominador. Além de Fábio Lago, Zezé Motta, Marcélia Cartaxo e Margareth Menezes.


A minissérie foi reeditada para o formato de longa metragem para o especial do 50º aniversário da Globo (2015), alguns pontos se perderam nessa adaptação, mas ainda é uma boa opção para quem quiser conferir a trama de forma mais curta. Porém se alguém me perguntar eu vou dizer para ir ver a série, afinal são só 4 episódios.







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