Para o grupo britânico Bastille (BΔSTILLE) o trabalho de produzir hits e refrões que grudam em nossas cabeças é quase um ofício em cada disco da banda indie/rock. O quarteto formado em Londres em 2010 é composto por Daniel Campbell "Dan" Smith (vocalista), Chris Wood (Baterista), William Farquarson (Baixista) e Kyle Jonathan Simmons (Guitarra/Teclados/Samples). Após quatro anos do lançamento de Bad Blood (2012) que revelou para o mundo o grande hit ''Pompeii'' e a delicadeza do single ''Things We Lost In The Fire'' e logo em seguida ganhou reedições ambas de 2013 como All This Bad Blood que contou com a adição do single "Of the Night" e o Bad Blood The Extended Cut.
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Nota do ILustres: 4/5 |
Wild World (Virgin/EMI/Universal) é o segundo capítulo da discografia do grupo e sucede o trabalho de estreia “Bad Blood” e a trilogia intitulada de “VS. Other People’s Heartache Pt I, II e III”, de 2014. O disco conta com 14 faixas em sua versão standard e cinco faixas bônus presentes exclusivamente em sua edição deluxe ou ''Complete edition'' e conta com os singles “Good Grief”, “Fake It” e “Send Them Off!” Se em Bad Blood há referências da cultura pop espalhadas por toda parte e além de toda inspiração encontradas em lugares improváveis a exemplo de livros de história ('Pompeii'), da mitologia ('Icarus') e de séries de TV cult ('Laura Palmer').
'Wild World' baseia-se no atual, nas emoções humanas e suas interações sem escapar das referências cinematográficas, claramente referenciando a vida como uma arte. O grupo sempre mostrou o amor pela sétima arte, inclusive em suas capas que sempre se assemelham a poster de filmes. Mas o disco vai muito além e é praticamente um grande mixtape com muitos estilos diferentes, desde o funk, hip-hop, eletrônica, e riffs de guitarra de rock típico dos anos 90.
''Good Grief'' é o primeiro single e abre o disco e serve perfeitamente para definir o tom do que vem em sequência, os falsetes do Dan Smith é um charme, os ''claps'' embalam a melodia que aqui surge de uma forma extraordinária com a excelente linha do baixo e um refrão envolvente, e além da fala do filme “Weird Science”, de 1985. "So, what would you little maniacs like to do first?" (Então, o que você pequeno maníaco gostaria de fazer em primeiro lugar?).
''The Currents'' serve como uma reflexão política do mundo que vivemos, é uma faixa que sem dúvidas poderia ser extraída do Bad Blood por sua batida reciclada, só que no Wild Word sua letra se torna uma voz política após o plebiscito que culminou com a saída do Reino Unido da União Europeia. ''To think about the power of your words''(Para pensar sobre o poder de suas palavras) ''We're living in the currents you create'' (Estamos vivendo nas correntes que você criar).
''Warmath'' há uma batida deliciosa, a melodia funciona muito bem aqui e mais uma vez a banda se esforça pela qualidade musical e a sua letra fala sobre a nossa procura por conforto ao temor do dia-a -dia.
''Glory'' faixa que sem dúvidas tem um riff encantador, a banda já mostrou apreciação por instrumentos clássicos em discos anteriores, mas aqui carrega toda delicadeza que a música proporciona e sem falar dos vocais precisos do Dan.
''Power'' é um grande destaque do disco, não pelo fato de soar diferente das outras faixas, mas sim de mostrar a ousadia da banda com uma explosão de riffs de guitarra e um refrão que mostra a todo momento e literalmente a ''força'' do grupo em sua melodia.
''Two Evils'' embalada por voz e guitarra, é uma faixa graciosa que encanta os ouvintes com sua simplicidade na melodia e a voz do Dan Smith continua mais encantadora.
''Send Them Off'' tem uma introdução fantástica, que é invocada pelo ritmo dos saxofones, possuí uma leva influência do hip-hop que explode no refrão e volta a mansidão dos versos. ''Queríamos tipo fazer uma grande, bombástica faixa de hip-hop. E então, obviamente, tem os meus vocais entrando e, de repente, a música se torna deprimente e com o estilo do Bastille.'' Disse o vocalista Dan Smith em uma entrevista na BBC Radio 1.
''Letharghy'' é uma balada muito bem desenvolvida, desde o seu refrão empolgante que transmite uma sensação de autoestima toda vez que podemos ouvia-la, claramente um acerto do disco que mostra a evolução do grupo em cada faixa.
''Four Walls (The Ballad of Perry Smith)'' é uma faixa que se inicia menuciosa e apresenta um solo de guitarra e inédito e absolutamente incrível carregado de emoção e justapõe um lado mais sombrio do disco já que é inspirada por um dos temas do best-seller de 1966 um true-crime chamado A sangue frio de Truman Capote.
''Blame'' tem forte influências do rock dos anos 80, desde a composição as marcações da bateria do Chris Wood, riffs de guitarra e os toques suaves do teclado que embalam toda a faixa, a letra envolve o sentimento de culpa ao mesmo tempo de tom dramático.
''Fake It'' é o segundo single do disco, traz batidas ainda mais envolventes e a melancolia nos versos, a canção transmite a história de uma relação em que algo deu errado, mas ainda desejando seguir em frente e esquecer, ou pelo menos "fingir" se eles não podem esquecer.
''Snakes'' é uma faixa crescente, que mais uma vez mostra o talento do grupo para músicas com pegadas nostálgicas e ao mesmo tempo contemporânea, sua composição utiliza os répteis como um símbolo para as ansiedades que o cantor se recusa a lidar permitindo-lhes a assombrar sua vida.
''Way Beyond'' inspirada no bom hip-hop clássico, é um faixa que já faz parte da versão deluxe e é a mais explicita do disco porém tem batidas precisas, sua letra faz questionamentos sobre a vida e como é fazer parte dessa geração. ''When real life's more fucked up than fiction/ Do you wanna be free of this?'' (Quando a vida real é mais fodido do que a ficção / Você quer ser livre desta?).
''Campus'' é uma faixa dançante que já tinha entrado na lista de shows da banda, é uma ótima balada para festivais, e fora que soa funk pelas marcações da bateria e do nada você se dá conta que é uma eletrônica pelos samples e batidas eletrônicas marcadas perfeitamente pelo Kayle.
''Shame'' é mais uma produção do Mark Crew, que casou bem as ideias com o Dan Smith, e proporcionou mais uma faixa envolvente e dançante, traz aqui uma canção de deixar o coração partido de tão melancólica, mas você não liga, por querer só apenas dançar. Tudo é perfeito, desde as marcações do baixista William Farquarson a excelente presença dos saxofones que dão todo o ''charme'' que a música proporciona.
Bastille deixa sua marca no novo cenário musical com um disco triunfante, envolvente e criativo em uma evolução musical de fazer inveja a outros grupos do gênero, iria mais fundo ainda, a ambição e o talento do quarteto acabam tornando-os inigualáveis.
O disco teve seu lançamento nessa sexta-feira (09) e já está disponível nas plataformas Spotify, iTunes, Google Play e Deezer,
O disco teve seu lançamento nessa sexta-feira (09) e já está disponível nas plataformas Spotify, iTunes, Google Play e Deezer,
Ouça Bem: Good Grief, Way Beyond, Letharghy, Power e Shame.
Para quem gosta de: Imagine Dragons, Foster The People e One Republic.
Para quem gosta de: Imagine Dragons, Foster The People e One Republic.
Ouça agora o Wild World do Bastille no Streaming a seguir:
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