Um
garoto depressivo acorda numa madrugada. Uma voz desconhecida o chama. Ele a
persegue, curioso. Para sua surpresa, encontra um coelho de dois metros de
altura que profecia que o mundo acabará em 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12
segundos.
A
mistura de drama, ficção científica e horror, se chama Donnie Darko, um filme
de 2001, com roteiro e direção de Richard Kelly. Apesar de não ser uma obra
cinematográfica icônica, tornou-se famoso no palco cult pela sua proposta diferenciada
de perguntar mais e responder menos. Deixando as interpretações dos signos ali
apresentados, a cargo do telespectador.
A
história começa no subúrbio de uma cidade americana, em meados dos anos 80,
após Donnie seguir a voz do tenebroso coelho gigante e descobrir sobre o fim
tão próximo, esta é a primeira vez que ele o escuta, mas não a última. O garoto
ouve a voz em sua mente cada vez mais, sempre atendendo aos estranhos pedidos
dela, sem saber suas intenções. Então, num dos encontros com seu amigo
sobrenatural, Donnie é questionado sobre acreditar em viagens no tempo, e a
partir daí, uma a trama se abre para novas possibilidades.
Dar
uma sinopse desse filme, é no mínimo difícil, e fazê-lo sem dar spoilers ou
afastar as pessoas da obra, é quase impossível. A beleza está em se
surpreender; assistir sem esperar nada e se esforçar para entender as questões
debatidas e aceitar as respostas não dadas.
Existe
uma polaridade entre fãs e odiosos que debatem, até hoje, se há sentido na
obra. Sem dúvida, Donnie Darko é um história complexa, que não dá respostas
fáceis ou subestima o espectador. Isso pode parecer, visto de forma preguiçosa,
simplesmente como um filme sem sentido, porém, é apenas uma interpretação rasa
de um conjunto símbolos construindo um cosmologia poética muito maior.
A
versão comum do filme, a mais curta, pode parecer confusa, senão dar-lhe a
devida atenção; o corte do diretor (disponível apenas em inglês), deixa alguns
acontecimentos mais claros e reforças outros, acrescentando cenas redundantes.
Talvez, o mais indicado seja ver a versão estendida, não havendo o costume de
lidar com sutilezas e metáforas. Apesar da diversão toda estar em interpretar
os acontecimentos enquanto o letreiro sobe.
A
questão é que Donnie Darko traz a psicodélica visão de uma série de questões e
arquétipos presente em diversas obras, mas é rico exatamente por como nos faz
enxergar tudo isso.
Se
você já viu esse filme e não entendeu muito bem, talvez ver a versão do diretor
ajude, ou mesmo ver o livro “Donnie Darko”, da Darkside Books, que traz o livro
citado no file, “A Filosofia da Viagem no Tempo”, como um esclarecimento sobre
várias questões, e ainda esclarecimentos, comentários e curiosidades do filme e
de Richard Kelly.
Bem,
se gosta de viagem no tempo, finais tristes, filosofia, anos 80 e uma xícara de
boa música, acesse já a Netflix e veja Donnie Darko, e se esforce para
entender, ok? Se já viu e odeia, assista o corte do diretor (na locadora do
Paulo Coelho) e depois leia o livro da Darkside, garanto que gostará. Espere!
Tem uma voz me chamando, preciso ir agora, até mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante!
Seu comentário será visualizado por todos.