''Elle'' | A complexidade do filme de Paul Verhoeven.

Foto: Reprodução | +ELLE

'Elle'' é o primeiro filme francês do eclético diretor holandês Paul Verhoeven, também conhecido por sua filmografia no universo geek com filmes como Robocop (1987), O Vingador do  Futuro (1990) e Tropas Estrelares (1997). O diretor também é conhecido por seus filmes provocativos e realistas com temas atuais sobre o comportamento da sociedade, vistos nos excelentes filmes Instinto Selvagem (1992) e  Showgirls (1995).

O filme em seus minutos iniciais apresenta a personagem Michèle Leblanc (interpretado majestosamente por Isabelle Huppert) sendo estuprada em sua  própria casa por um homem mascarado e misterioso, então prontamente limpa a bagunça e retoma sua vida no qual ela é a cabeça assertiva de uma empresa de videogames de sucesso, onde seus funcionários do sexo masculino são alternadamente subordinados por ela em um meio totalmente machista. 

Entretanto, Michèle se sente separada de seu filho Vincent, que se submete à  sua namorada Josie que está grávida e segue a linha dominadora e infiel. Além disso, a sua relação com a mãe é contenciosa, que se ressente por seu narcisismo e hábito para os homens mais jovens. Enquanto isso, ela mantém um romance com Robert, marido de Anna, sua melhor amiga e parceira de negócios, e desenvolve uma obsessão erótica com seu novo vizinho, Patrick, um banqueiro casado com uma religiosa devotamente chamada Rebecca. 

Com tudo isso, Michèle é a filha de um assassino em série cuja audiência de liberdade condicional está se aproximando. Assombrada por este acontecimento violento de sua infância e por toda a repercussão do caso na mídia, Michèle desconfia da aplicação da lei e não relata o estupro à polícia, apesar dos apelos de seus amigos e familiares. 

Apesar de uma sinopse dramática e com fundo de Thriller e suspense psicológico, o filme segue contrário a isso em vários momentos, há momentos engraçados e típicos da comédia francesa, que não serve como alívio cômico mas serve como um retrato construtivo da própria obra. O tema do estupro que seria a principal carta do roteiro, serve de fato para a construção de um jogo de gato e rato. No qual a vítima caminha por uma vingança mais elegante e dominadora, no qual a Isabelle Huppert domina na construção de sua personagem, tudo é impecável nela, uma das melhores atuações do ano sem dúvidas, não só pelo respeito que a Isabelle tem em demonstrar tudo o que vem na cabeça do diretor, como fisicamente ele transmite isso, no olhar, no jeito que se comporta, sem exageros físicos e com um dominação de cena invejável.



O filme além de tudo, cria ironias sobre a sociedade moderna, assim como não demonstra o interesse de dar explicações sérias sobre a cultura do estupro e até sobre o feminismo. Baseado no romance Oh...(2012) escrito por Philippe Djian, que completa a ideia do roteiro que ostenta sua personagem principal, uma mulher forte da alta sociedade e que aparentemente não demonstra seus sentimentos e que vive uma vida cercada de hipocrisia. Além disso. após sofrer um estupro, ser violentada por seu ex-marido e de ser ridicularizada pela exposição de um vídeo perverso com sua imagem que circula em seu trabalho, ela consegue ser imparcial a tudo isso e cautelosamente vai humilhando um por um que a vitimou. 




Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: David Birke
Elenco: Isabelle Huppert, Laurent Lafitte, Anne Consigny, Charles Berling, Virginie Efira.
Produção: SBS Productions, Pallas Film, France 2 Cinéma, Entre Chien et Loup e Canal+
Distribuição:  Sony Pictures e SBS Distribution.
Minha Avaliação: 4.5 de 5 estrelas.4.5 de 5 estrelas.4.5 de 5 estrelas.4.5 de 5 estrelas.4.5 de 5 estrelas. |  5,0 |  Excelente. 
Victor Luís | @_victo
Victor Luís | @_victo

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