RESENHA: ''GLORY'' nono disco de estúdio da Britney Spears.

Depois de altos e baixos,  Britney finalmente se encontra em um caminho que construiu há 20 anos atrás. (Foto: Divulgação)

Britney Jean Spears, ou mais conhecida como a ‘‘princesinha do pop’’, já tem acumulado em sua carreira mais de 100 milhões de álbuns vendidos ao redor do mundo, recebendo vários prêmios e já ocupou o topo de inúmeras paradas mundiais. O final da década de 90 revelou a o mundo o poder da artista com o lançamento do seu disco de estreia ...Baby One More Time (/1999) que lhe rendeu duas indicações ao Grammy e 30 milhões de cópias vendidas mundialmente. Um ano seguinte, o disco Oops!...I Dit it Again (/2000) vendeu mais de 1 milhão e 319 mil cópias apenas na primeira semana, quebrando um dos primeiros recordes da cantora o de álbum feminino mais vendido na primeira semana. Sequencialmente, surgiram dois discos mais maduros e sensuais, Britney (/2001) e In The Zone (/2003) que juntos acumularam mais de 27 milhões de cópias ao redor do mundo e que rebatarem críticas mistas sobre as novas premissas da artista. Após aos problemas pessoais e escândalos protagonizados pela cantora e uma hiato de quase quatro anos é que foi planejado o Blackout (/2007) que antes mesmo do seu lançamento já dava o que falar, a crítica especializada elogiou e o disco deixou a marca da cantora nos segmentos do eletropop, dubstep e R&B. O sexto álbum de estúdio veio no ano seguinte, Circus (/2008), um disco conceitual que recebeu críticas favoráveis e mostrou versatilidade da cantora em transição ao excelente Blackout. Depois de todo conceito e explicações de problemas pessoais vistos em Circus, Britney se desliga para esses temas, e lança um disco todo voltado para as pistas de dança, Femme Fatale (/2011). Apesar de todo alvoraço pelo oitavo disco da cantora e de uma equipe de peso na produção incluindo will.i.am como produtor executivo do Britney Jean (/2013) tornando-se um fracasso tanto em vendas quanto em divulgação, apenas dois singles (Work Bitch e Perfume) e de atingir apenas a quarta posição na Billboard 200, nos Estados Unidos.

Nota do Ilustres:  3.6

Se eu pudesse resumir  o Glory (RCA/2016)  em apenas uma palavra, seria com certeza ''Renascimento''. Esse renascimento vem de um retorno esperado desde o fracasso de ''Britney Jean'' que não disse para que veio e foi embora sem deixar esperanças do futuro da carreira da superstar. Apesar de não ser visionário do cenário pop, o disco traz elementos novos e antigos harmonizados com o melhor electro-pop e dance a exemplo de Clumsy, faixa que poderia certamente ser extraída há 13 anos atrás do disco In The Zone, traz consigo um sample de elctro-pulsar representativo, palmas e gemidos (marca registrada da cantora) e um fuzz synth de arrepiar. Na faixa  Love Me Down, que poderia sem dúvidas ser uma composição da Gwen Stefani, e segue até o mesmo estilo SKA punk, mas aqui com elementos pop e contextuais. Porém é na faixa Do You Wanna Come Over? que podemos sentir as batidas voltadas intensamente para as pistas de dança, o momento que um coral te invoca para dançar, ''Você quer vim?'' (Do you wanna come over?).  A introdução de Just Like Me, um acústico que mostra ainda os fortes vocais da Britney e é um sinal de recuperação perdida aos enfeites vocais que os produtores tentam abusar de qualquer forma em outras músicas ao longo da sua carreira. Make me... é a única faixa colaborativa do disco que tem a participação do rapper e compositor G-Easy que acredito ter sido uma escolha oportuna para ser o primeiro single, mas não coesa para a proposta do disco. 

O nono disco de estúdio da Britney Spears soa mais maduro e muito mais profissional do que os últimos trabalhos (Femme Fatale e Britney Jean) um trabalho ousado que se joga na moda da contemporaneidade do R&B e ainda conta com alguns deslizes a exemplo da cansativa Private Show que serve apenas para promover seu perfume de mesmo nome e Just Luv Me que tem uma certa similaridade com I'll Show You, canção do Justin Bieber, não só os mesmos samples com o mesmo segmento de estrofes e refrão.

Ouça Bem: Just Like Me, Love me Down , Do You Wanna Come Over? e Clumsy.

Para quem gosta de: Gwen Stefani, Christina Aguilera e Madonna.

Glory teve seu lançamento em 26 de agosto de 2016, através da RCA Records e já está disponível em todas a plataformas digitais e à venda nas melhores lojas do país.