Há algumas semanas atrás a youtuber Jout Jout postou um vídeo onde ela lia em frente as câmeras um livro infantil, sim um livro infantil. Mas "A parte que falta" vai muito além de um simples livro da sessão destinada às crianças, ele conta uma história muito simples, de um ser que procura a sua "parte que falta" para ficar completo, e ao longo dessa sua busca algumas coisas vão acontecendo, ele até acha algumas partes que se encaixam, mas elas não são perfeitas, algumas se quebram, algumas decidem que não querem fazer parte dele, e durante sua jornada ele vai apreciando o caminho, faz a amizade com a borboleta, brinca de rolar pelas ladeiras e etc. Até o dia em que ele finalmente encontra a sua parte, ele fica completo! Porém junto com esse maravilhoso encontro vem alguns problemas, com a sua parte ele rola muito mais rápido do que antes, rápido até demais, rápido demais a ponto de que ele não consegue mais aproveitar as coisas que antes ele vivia, e ele também não consegue mais cantar, o que ele adorava fazer, e também sente falta de sentir falta. E vem então o desfecho do livro, o círculo decide deixar a sua tão estimada parte para trás, e dessa forma, simples acaba o livro.
Confesso que demorei um pouco para escrever esse post, a história do livro por mais simplória que seja me tocou de uma forma inesperada, e pelo feedback que a Jout Jout teve no seu vídeo, fica claro que não foi só comigo. Vamos lá, o livro nos mostra bastante sobre amor próprio e autossuficiência, não só sobre isso, nos ensina um pouco também sobre a apreciação das pequenas coisas e sobre expectativas, e muito provavelmente sobre mais coisas, o livro é puro ensinamento.
O círculo percebe que não precisa de ninguém para ser feliz, apenas dele mesmo, e que por mais que ele procurasse nada o faria tão feliz quanto tudo que ele já tinha, ele era completo sozinho e também apreciava o "procurar".
"Não sou a parte que te falta. Não sou parte de ninguém. Sou parte completa. "
Talvez todos nós precisemos ser um pouquinho parecido com ele, saber reconhecer a nós mesmos como importantes e saber abdicar daquilo que não nos soma, não criar expectativas e nem nos entristecer com as partidas.
No final das contas todos nós vivemos em busca da parte que nos falta, seja procurando um amor ou correndo atrás de um diploma, mas fica ai o questionamento: nós realmente precisamos dessa parte?
Provavelmente a felicidade não se encontra em achar algo, mas sim no caminho até encontrar, e talvez ao achar isso que tanto procuremos, nós iremos sentir falta da falta.
É com essas filosofias de rua que eu termino o post, deixei acima o vídeo da Júlia lendo o livro, vale muuuito a pena ir lá assistir.
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